O “teólogo” do inferno
Lá
estava ele no deserto. Antes mesmo de seu rival chegar ao lugar da
tentação, ele já se encontrava ali. Talvez tivesse jejuado para
enfrentar seu maior desafio. Havia se preparado através do estudo das
Escrituras. Acreditava ser invencível. Ele era de fato o “teólogo” do
inferno. Seu nome principal é Satanás. O texto de Mateus (4, 1) o
descreve apenas como diabo – do grego diabolos, que significa: acusador, caluniador, difamador.
O
Mestre foi levado pelo Espírito Santo ao deserto. Sabia o que O
esperava. O Tentador estava ali. O Senhor dos Senhores respondeu com
grandeza ao primeiro questionamento do diabo. O Teólogo dos teólogos
enfrentou o Inimigo com as Escrituras Sagradas, desarmando-o em sua
tentativa de fazê-lO usurpar o ser igual a Deus (Fp 3, 5).
Porém,
o Diabo não desistiu e demonstrou ser um “teólogo” e conhecedor da
Bíblia. Ele enfrentou o Cristo em Seu próprio campo de batalha: a
Palavra de Deus.
O
Acusador conduz o Mestre à Cidade Santa e O coloca sobre o pináculo do
templo e demonstra seu conhecimento das Escrituras: “Se és o Filho de
Deus, atira-te abaixo, porque está escrito: ‘Aos seus anjos
ordenará a teu respeito que te guardem’; e: ‘Eles te susterão nas suas
mãos, para não tropeçares nalguma pedra’ (Sl 91, 11-12, itálico nosso)”.
Uma
verdadeira dialética teológica. Parecia que o Mestre estava em apuros.
Afinal, Seu adversário estava usando as Escrituras Sagradas e, Cristo
veio para cumprir o que as Escrituras dizem sobre Ele. Parecia tudo
correto. O Senhor deveria então fazer o que o Diabo lhe demonstrara.
Enfim, as afirmativas pareciam verdadeiras. Logo a conclusão também o
seria. Se Ele saltasse, os anjos o acolheriam. Mas, fazer isso daria a
vitória ao Diabo.
Jesus,
entretanto, demonstra que o Enganador estava enganado. Sua teologia era
baseada apenas em parte do conhecimento bíblico e não em todo o
conteúdo da Palavra de Deus. A hermenêutica usada pelo Diabo partia de
seus interesses e por isso não estava de acordo com o entendimento
bíblico. Uma interpretação falaciosa e sofisticada. O “está escrito” era
apenas da instância do maligno e não de Deus.
Nesse
momento Satanás sente que todo seu estudo fracassou, pois diante dele
estava um Teólogo Maior. A interpretação que Cristo fez das Escrituras
partiu dos interesses do Pai e não de Sua vontade própria. Isso é
evidente no texto de Mateus.
Satanás
ainda tenta com mais uma afronta. No entanto, o Senhor derrota o
“teólogo” do inferno com mais uma de suas respostas de acordo com a
Palavra de Deus.
“Com isto, o deixou o diabo” (Mt 4, 11), “até momento oportuno” (Lc 4, 13).
O
Diabo sabedor de que não pode derrotar o Cristo, busca vencer os
seguidores do Senhor. Sua “teologia” sofismática arrasta muitos adeptos
para seu pensamento.
As
várias “teologias” falaciosas que vão contra o ensinamento bíblico
(Teologia da Prosperidade, Teologia Positivista, Teologia Liberal e
tantas outras) são nada mais que “teologias” do inferno (Tg 3, 15-16).
Muitos
estudiosos que se utilizam do jargão: “está escrito” formulam teorias
de acordo apenas com seus interesses. Buscam se promover à custa das
Escrituras, criando teses que desafiam o Ensino Bíblico e arrastam
pessoas incautas na fé, levando-as para o inferno.
Qualquer
um que professe tais ensinamentos malignos são de fato “teólogos” do
inferno. Discípulos do “teólogo” infernal: o Diabo.
http://www.pauloeduardoaf.blogspot.com